terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Tentativa frustrada de falar sobre amor.

Não. Não vá ainda. Deixe estar mais um minuto ao meu lado para que possa terminar de matar essa urgência que tenho de teus caprichos descuidados. Eu poderia me perder nesse indefinido oceano que são os teus olhos, estudar a tua face, o teu sorriso de canto, e ter a certeza de que as estações do ano ficam em preto e branco se eu não ter os teus detalhes. Mas não. Eu só quero respirar a tua presença. Descobrir o significado de teus segredos, sempre tão escondidos por trás dessas expressões caladas e desconcertantes e saber porque elas estão sempre em minha memória, antes mesmo de eu querer pensar em você.
Não, não me deixe só, me ouça! Porque senão irá sentar ao meu lado, para nunca abandonar-me, a saudade aguda de teus costumes banais, de teus hábitos delicados, tuas doces minúcias. Chegue aqui perto e veja que não existe receio ou engano do lado de cá, apenas o meu amor do tamanho do mundo, tão intenso e fundo quanto a tua beleza fácil. Preciso que essas formas desatinadas de gostar de alguém estejam ao meu redor em um segundo, porque eu sei que depois você vai embora sem virar o rosto e me deixa sem saber o que fazer com os teus sinais. E eu terei de recolher meus sentimentos esmiuçados para poder me concertar mais uma vez.

Nenhum comentário:

Postar um comentário